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domingo, 10 de março de 2013

Porque as comunidades independentes cresceram mais que as denominações

Apesar de estar no segundo ano de ciências sociais, irei arriscar escrever minha tese sobre o porque que as comunidades independentes explodiram em números de fiéis e número de placas no começo do Século XXI, aqui no Brasil, conforme os dados do IBGE 2010, crescendo mais  do que as denominações históricas, no qual o censo mostra até o encolhimento de algumas.

A Igreja brasileira no final da década de 90 começou a adotar alguns movimentos que mudaram a estrutura da igreja, como o G12 de ordem mais neopentecostal  e o G5 de ordem mais tradicional, as duas formas consistem em criar cultos nos lares, também chamada célula, a onda do movimento celular inundou milhares de igrejas no Brasil, o resultado foi um misto de conversões e divisões.

A celula ou culto no lar é uma idéia que incentiva os membros da igreja a abrir suas casas para compartilhar o evangelho com os seus amigos. Entretanto os pastores para limitar a ação dos leigos, normalmente pedem para repetir a mensagem do domingo, na semana, através da célula. Conhecendo um pouco destes movimentos e se formando na famosa escola de líderes tanto do G12 como também do G5- eu já participei de igrejas que adotaram estes dois movimentos, em nenhum momento tive uma aula de como montar um estudo bíblico, ou algo do tipo.

O primeiro motivo para a expansão desordenada de igrejas independentes começou com a liberdade dos leigos fazendo com que muitas igrejas se dividissem criando novos ministérios, após pastores auxiliares também começarem a abrir suas casas e verem o sucesso de suas celulas. O segundo motivo é mais político, muitos líderes eclesiais se tornaram presidentes vitálicios de suas denominações, criando um sistema muito parecido com a monarquia para passar o poder, isso causou muito descontentamento por parte dos pastores, a política denominacional é a causa principal da queda das denominações, principalmente também na questão do repasse de dinheiro que causa muita polêmica, muitas vezes pela falta de transparência de ambos os lados.

Por outro lado  as igrejas independentes também possuem  sérios defeito, apontando por exemplo  o que aconteceria se subitamente o pastor da comunidade morre, quem assumiria? Outra coisa é problemas doutrinários dentro da eclésia, quem seria o guardião da ortodoxia, já que muitas vezes não existe nenhum concilio teólogico, ou se quer história. O pós-modernismo com seu individualismo e auto-suficiência aponta para o distanciamento de irmãos dentro da mesma familia da fé, pois muitos não sabem ou não querem lidar com os outros, ferindo a tão frágil unidade da igreja, almejada em concilios como a dos Apostólos para decidir sobre a circuncisão, no qual  os primeiros cristãos foram maduros, apesar das grandes discussões, eles sentaram juntos e debaterem a palavra de Deus sem necessáriamente precisarem dividir a igreja.

Enfim apesar do homem, Cristo o Senhor da igreja continua a transformar vidas por seu amor, mesmo com nossas vaidades e defeitos em conviver um com os outros.

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