1999, o ano que tudo mudou na igreja evangélica brasileira

A evangelização do Brasil começou praticamente em conjunto com  a sua colonização, em 21 de março de 1557 houve o primeiro culto evangélico em terras tupiniquins, celebrado pelos calvinistas franceses, chamados hulguenotes, mas com a expulsão dos franceses, tivemos um curto período de missionários holandeses e depois a história protestante do Brasil recomeça  no século XIX, com um crescimento muito tímido, a partir do envio de muitos missionários de diversas denominações tradicionais, como metodistas, batistas, presbterianos e luteranos. No começo do Século XX a obra pentecostal ganhou destaque com os missionários suécos que fundaram a Assembléia de Deus.

As lideranças que foram colunas da igreja na década de 90.

Bispo Edir Macedo
Em 1977 surgiu na Igreja Evangélica o movimento neopentecostal (existe autores que figuram a imagem neopentecostal com a Igreja  Deus e Amor também), com a fundação da igreja Universal, o que posteriormente criou um antagonismo das décadas seguintes sobre a visão liturgica e leitura bíblica dentro do movimento evangélico brasileiro.

A igreja do Bispo Edir Macedo, teve a sua explosão de crescimento na década de 90, após ele ser preso e comprar a Rede Record, além do famoso episódio no qual um de seus bispos  chutou a santa católica, o que causou uma imensa polêmica nas revistas e jornais do país. Seus livros de libertação e prosperidade foram best-sellers de vendas, o que gerou uma grande mudança em diversas denominações, na forma de lidar com o dízimo e na mistificação e sincretismo do evangelho. .


Reverendo Caio Fábio

Na década de 90 surgiu também um ícone do movimento evangélico histórico, o Pastor  presbiteriano Caio Fábio D'Araújo,  autor de mais de 100 livros, influênciou a igreja com sua literatura bíblica. Caio Fábio  criou a Visão Nacional de Evangelização VINDE,  formou a Associação Evangélica Brasileira (AEVB) e fundou a Fábrica da Esperança, um  projeto de assistência social implantado na favela Acari, no Rio de Janeiro, atendendo 15 mil adolescentes por mês.Caio Fábio representava o que tinha de melhor nos programas cristãos na televisão da época. Sua influência marcou também muitas denominações, dando continuidade ao cristianismo histórico missionário, com uma teologia bem fundamentada na Bíblia Sagrada.

1999, O ano que tudo mudou  

As igrejas evangélicas eram polarizadas, de um lado existia o movimento que se aproximava em termos teológicos e possuía uma liturgia de culto parecida com o Bispo Edir Macedo e do outro lado existia o movimento que se aproximava em termos teológicos e em liturgia de culto com o  Reverendo Caio Fábio. As duas igrejas víviam em equilíbrio no número de fiéis. Todavia existia um grande antagonismo na forma de lidar com a liturgia do culto  e na doutrina bíblica, o que pode ser bem  representado pela visão dos ícones citados.

O Reverendo Caio Fábio, assumiu publicamente que estava sobre o pecado de adultério no começo de 1999, ele procurou se afastar de suas atividades ministeriais e foi morar em Miami deixando assim o seu programa semanal na televisão aberta.  Em 2003 ele mesmo pediu exoneração da Igreja Presbiteriana do Brasil.

A partir do desaparecimento de um ícone do movimento da igreja histórica, a outra coluna da igreja começou a explodir no número de fiéis e foram surgindo no começo dos anos 2000 diversos movimentos parecidos com a igreja Universal que ganharam muita força, isto causou a  ploriferação de mesticismos na Igreja, além de  causar um  forte apelo financeiro na liturgia do culto, o G12 é um dos mais relevantes movimentos que cresceram nesta última década, muitos pastores de visão tradicional, transformaram sua igreja em G12, regados de doutrinas da prosperidade, batalha espiritual e ritos do velho testamento.

A expectativa de Hoje
O sociologo evangélico Paul Freston, professor da UFSCAR,  públicou um excelente artigo intitulado Como será a igreja evangélica brasileira de 2040, na revista Ultimato, mostrando um grande desafio para nós cristãos, ao refletir sobre como anda a igreja de hoje, principalmente no que diz respeito a liderança. Creio que todos nós devemos orar por uma igreja mais missionária, mais bíblica e por nossa liderança atual, para que a Bandeira de Cristo, possa ser a principal causa do evangelho e que a glória seja dada somente a Ele.