O feminismo nasceu com pautas justas e do ponto de vista antropocêntrico tem muita lógica e sensatez. No século XVIII e durante todo o século XIX a luta das feministas era pelo direito ao voto, o direito de ter voz em uma sociedade onde a mulher não podia sair sozinha de casa, a violência doméstica era uma triste realidade (é até hoje mesmo com leis que condenam o abuso), no qual muitas mulheres tinham a sua dignidade roubada e reduzida ao pó. Se fizemos um paralelo com os evangelhos, Jesus não só ouvia as mulheres como tratava com dignidade cada uma delas em suas andanças por Israel. O direito ao trabalho justo e igualitário em condições e salários também foi pauta e muito justa do movimento Feminista.
Já a terceira onda do movimento feminista que ganhou força pós II Guerra Mundial e exige até hoje o direito da mulher de ser dona do seu próprio corpo, visto que na sociedade machista o homem tem total liberdade sobre o seu corpo, podendo sair, transar, fazer o que quiser com o seu corpo e isto socialmente é visto como algo positivo, a figura do "homem pegador" é muito aceito e até valorizado em muitas culturas, por seus pais e amigos. Já a mulher se ela sai e tem uma prática sexual livre, a sociedade a enxerga como uma "mulher qualquer, sem valor", ora o movimento feminista justamente quer acabar com a hipocrisia de gênero.
Como eu disse no título "se não fosse cristão seria 100% feminista", mas sou cristão e aqui enxergo o problema da mulher ser dona do seu próprio corpo, não só a mulher, mas o homem também, para não cair na hipocrisia machista.
A Bíblia fala que corpo humano deve ser templo do Espírito Santo (ref. I Coríntios 6.19), logo não posso aceitar a resposta humanista e antropocêntrica sobre o corpo humano, ele não deve ser independente de Deus, pois isso gera infelicidade e morte seja para mulheres como homens, este é um pressuposto bíblico.
Ora visto isto, então quem deve ser o intermediador sobre o que fazer com o corpo dos humanos? Devemos submeter a tribunais da igreja sobre qual roupa é correta por exemplo? Acredito que parcialmente não, devemos primeiramente consultar a nossa consciência e a moralidade bíblica, a sexualidade de nós mulheres e homens deve ser submetidas a Cristo, já os costumes de roupas devemos ter um olhar cultural, sem cair em um pós modernismo (relativização do que é decente), mas procurar não escandalizar nem os santos (a igreja) e nem a sociedade, afinal isto tem haver com o testemunho cristão, isso deve ser revisto a cada dia, para não cairmos em erros como proibir bermudas (homens) e calças (mulheres), por achar que isso é sensual em uma sociedade que não pensa dessa forma.
Enfim sou parcialmente feminista e a parte do feminismo que não foi atingida pela graça comum em seu pressuposto fico com a Bíblia para nos livrarmos do declínio do pensamento filosófico, todavia não julgo o movimento feminista pela sua posição, afinal se elas não conhecem a bíblia como regra de fé e virtude de vida, só estão procurando o que é justo dentro do parâmetro antropocêntrico no qual são familiarizadas pela leitura filosófica humanista.
Devemos pedir para Deus intervir, primeiramente no interior delas, bem como dos homens machistas, para que todos possam entender que o nosso corpo pertence ao Espírito Santo de Deus é não deve ser regido pela autonomia de nossa própria vontade, pelo nosso próprio bem e para que conhecemos a verdadeira liberdade.
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